Damien Hirst é um artista britanico e terá a primeira retrospectiva de sua carreira na Grã-Bretanha, entre 04 de abril e 09 de setembro de 2012, financiada pela Autoridade dos Museus de Catar, reunindo mais de 70 obras de Hirst.
Conto minhas aventuras vividas em um sítio de 44 alqueires, em São Francisco Xavier, São Paulo. Lugar maravilhoso.
segunda-feira, 25 de setembro de 2023
Damien Hirst - 23 de novembro de 2011
Piolho de passarinho - 17 de novembro de 2011
Estava combinando com minha irmã, pelo telefone, minha viagem para a
cidade. Falávamos sobre frio e calor, roupas para levar, horário melhor
por causa do trânsito...tudo tem que ser avaliado numa viagem da roça
para a cidade, pelo menos por mim.
Eu esqueço itens importantes, como roupas de baixo, pijamas, chinelinho,
calça...escovas de dente, de cabelo. Eu esqueço tudo. Reconheço que
devo ter algum miolo a menos neste mar de miolos.
Enfim, falávamos muito, quando ela interrompeu para dizer: nossa, estou
ouvindo os pássaros ai da sua casa. EU respondi que os passarinhos estão
no forro da casa, e quando os pais chegam com comida no bico é uma
barulheira danada. Lembro que falei também que a casa estava cheia
destes hospedes emplumados e barulhentos e que eu ficava imaginando os
bicos abertos e as goelas laranjas gritando por mosquitinhos.
Rimos, e eu me cocei pela milionésima vez.
Então, eles já estavam lá, quase invisíveis, mas em toda parte.
Escorrendo pelas paredes, descendo do forro para os tapetes, camas,
tecidos moles e macios que tenho espalhados pela casa toda. Chão de
madeira e cimento, cheio de tapetes e tapetinhos formam uma passarela
longa pela casa toda, como pequenas ilhas onde estes piratas de sangue
roubado ficam ávidos de fome esperando pela vítima quente passar
despreocupada por lá.
Corri com sprays, destes de matar baratas, nas mãos. Um tubo daqueles,
sem SFC, á base de água e terrível contra os insetos, mas só contra os
insetos, foi despejado sem dó nem piedade nas paredes de tijolos, que se
cobriam com centenas destes monstrinhos vorazes. De manhã, ahhh doce
surpresa, quando eu passei as mãos na mesa e elas voltaram repletas de
corpos mortos e minúsculos do inimigo.
TEM MUITO PASSARINHO fazendo ninho no forro da minha casa. Fui
aconselhada e não me desesperar, que vida na roça é assim mesmo e que as
bolinhas pequenas e vermelhas que coçam, pelo corpo todo, só duram 15
dias.
Sinto as pestes no meu couro cabeludo, nas entranhas da calcinha, atrás dos joelhos, na nuca branca e arrepiada de nojo.
Agora o Maluah chegou e vai ajudar.
Cavaleiro branco da roça, vem de moto pra trabalhar na Santa Roça. Vai
espalhar pelas paredes veneno ecológico (veneno eu não sei se é algo tão
ecológico assim... afinal chama-se veneno e acaba matando,
eventualmente, quem se colocar em seu caminho, não respeitando nada nem
ninguém...vai matando tudo, né??? )
Mas atente para algo: o veneno NÃO vai fazer mal aos pequeninos
emplumados, que continuam abrindo desmesuradamente suas bocas para ganhar o
pão de cada dia. Não. O veneno matará tão somente ácaros, pulgas,
formigas, carrapatos e piolhos.
Posso ouvir enquanto escrevo os pássaros no forro.
Tem famílias inteiras, de várias cores e formatos, tudo habitando o forro da minha casa.
Vou pegar o conselho de não me desesperar e ver se consigo segui-lo.
Afinal, vida na roça é assim mesmo... ou não é???
Coloco abaixo perguntas e respostas:
- Waldomiro Garcia disse...
-
Bom dia, moro em um pequena cidade, e esta ocorrendo o mesmo problema, pássaros fizeram ninho no forro da minha casa, estou ficando maluco com isso.
- 18 de janeiro de 2013 às 12:49
Talira Space disse...
-
Waldomiro, eu não me importo exatamente com os "inquilinos emplumados", mas sim com seus piolhos..então passo um produto nas paredes para evitar problemas. Eu estou atualmente com um casal de maritacas barulhentas, pardais, sanhaços e outros tipos. Este ano apareceu até um casal de corujas diferentes das que eu já havia visto por aqui. :D
De resto, é fazer o que puder para tampar com cimento ou espuma(existem materiais prontos em bisnagas) para encher estes vãos por onde eles entram, deixar pequenos potes pendurados, amarrados em árvores, como substitutos dos ninhos, para atraí-los.
Outra coisa que eu fiz foi entrar numa comunidade de observadores de pássaros. Lá se aprende muito sobre os costumes destes pequenos seres alados, ajudando no convívio, que pode ser bem interessante.
Um abraço para você!! - 20 de janeiro de 2013 às 12:28
-
-
Que tipo de veneno é este para passar nas paredes e onde encontro? Pode usar nas roupas de cama também?
- 20 de janeiro de 2016 às 02:06
... e por falar em gente - 10 de novembro de 2011
O pai tem um restaurante em São José dos Campos. De 3 em 3 dias, os funcionários vinham pra roça, largar aqui no sítio dele os tambores gigantes repletos de restos para os porquinhos, que depois de alguns meses iam para as panelas do dito restaurante, e o que sobrava deles vinha em tambores gigantes para alimentar os novos porquinhos que corriam roliços pela estrada de terra que dá na minha porteira.
Até aí tudo bem. Ruim era o cheiro do que sobrava disso tudo, junto com os dejetos suínos...que ía tudo pro rio que margeia muitos sítios aqui na região. Cetesb, IBAMA, polícia ambiental...meses de telefonemas, raiva, descrédito, e os técnicos do meio ambiente finalmente vieram e intimaram a limpeza, a ordem naquela pocilga.
Meses depois o filho do dono do restaurante sai da cadeia. Vem pra roça, pra não criar encrenca para o pai, que tem medo dele.
Fica lá na casinha suja, que nunca levou uma tinta naquelas paredes velhas, de muitos e muitos anos de estória vividas com os humanos que nela habitaram. Consome crack, bebida. E dá tiros pro alto, pro lado.
Vem policia, mas não pode entrar, porque ainda não viram nada estranho lá..só denúncias que ninguém entende porque não surtem efeito junto ás autoridades, que alegam não terem provas para pedir um mandato de busca atrás do danado do revólver do moço.
Estes dias criou encrenca com os vizinhos de frente, que desde a época que ele ainda usava fraldas usam água que vem pródiga do alto da montanha, do lado do dono do restaurante. "-Saiu o cano da mina, Paulinho. Deixa eu entrar pra arrumar?".
O diabo do moço cortou o cano, e com o revolver na cintura ameaçou o João de morte caso tentasse entrar pra arrumar.
Não adiantou ligar para o dono do restaurante... é pai mas morre de medo do orc do filho.
Por que fazer isso, né??
Eu fico aqui sozinha no alto da montanha. Triste porque agora fico como na cidade..com medo de bala perdida. E eu não vou deixar isso acontecer. Não mesmo.
Tem hora que ficar quieto é o mais inteligente, mas com arma não se brinca.
E eu acredito no invisível, sabia?
Confabulando com a Natureza, podemos mudar muita coisa.
Hoje acendi meu fogão a lenha..coloquei intenção na chama que queima tudo o que é ruim.
E como disse Dumbledore: "é claro que esta acontecendo tudo em sua mente, Harry...mas por que significaria não ser real?".
Me armar de força pra "lutar", sabe??
Assim fica mais forte minha intenção de agir neste mundo aqui, lidando com orcs em forma de gente.
ahh roça..
te adoro.
Bendita roça - 8 de novembro de 2011
Sabe, viver na roça nunca foi fácil. Vida diferente daquela que vivia na cidade, longe da Natureza, achando que mato era só para bicho...e bem longe.
Depois que eu vim pra cá, achei o contrário. Natureza é a vida mais
próxima da realidade, fugida de um monte de concreto, na matrix louca
que faz o tempo correr, e eu junto com ele.
Agora eu vejo as coisas novamente de outro jeito.
Natureza: estamos desconectados dela. Mesmo morando aqui, a vida hoje em
dia está estruturada para asfalto, vida plugada numa tomada.
Cidade: matrix, com certeza. Loucura total, apesar de cinemas, comidas de todos os lugares do mundo... Matrix.
Mas o que eu encontrei "comum" aos dois universos chama-se GENTE.
E aí, eu não sei onde fica pior encontrar pessoas de todo tipo: se na roça, onde podemos ter mais distância uns outros, ou se na cidade, quando vivemos grudados casa com casa.
Gente é ruim ou bom?
Gente é o grande desafio da vida.
Vizinhos, amigos, tudo com opiniões diferentes, formas diversas de viver em comunidade..uns mais simpáticos, outros mais duros, alguns mais alegres, outros depressivos. Aí tem os doentes de várias patologias, os maluquinhos, os que gostam de THC e os que não gostam. Os que procuram Deus numa igreja ou nas explicações de um semelhante, ou os que encontraram Deus na flor ou no regato.
Tem crianças de todas as idades, do 0 aos 100, tem adultos de todas as idades, do 0 ao 100...afinal eu já conheci crianças mais maduras que muito adulto avô por ai.
Tem gente que anda armado, em cidade ou roça. Armado de revolver, de palavras duras, da falta de perdão, de julgamentos.
Tem gente que não respeita a idéia do próximo, que não entende a ideia daquele que pensa diferente...
GENTE...gente que maltrata animais, gente que maltrata gente, gente que só gosta de bicho e gente bicho.
Saber viver na roça tem como saber... tem ajuda de manual... vem tudo explicadinho no verso dos produtos pra horta..vem tudo marcado no verso. Na cidade também. É só olhar os outros num supermercado, você vai descobrir que tem que pegar os produtos, por num carrinho, passar pelo caixa e mostrar aquele monte de papel para sair com aquilo que vc quis na mão.
Saber viver com bicho também é mais fácil. Eles são sempre os mesmos, fazem sempre as mesmas coisas, reagem praticamente do mesmo jeito sempre que estão em perigo, ou caçando, ou fugindo. Pêlo arrepiado, espinhos levantados, rosnados e grandes rabos preparados para atacar ou defender. Atacar é difícil, sem ser atacado primeiro. Coisa de bicho, que se pode, sai correndo.
Gente não. Gente não vem com manual, não tem rótulo com explicação, não é só olhar pra saber como lidar, porque somos absolutamente diferentes uns dos outros. Fomos criados por famílias diferentes, com crenças diferentes, com medos e explicações cada um de acordo com seu entender e querer.
Gente é diferente. Leva-se eternidade para lidar bem com alguém, e quando isso parece que vai acontecer, morre-se. A vida passa bem depressa, e o lidar com gente é lento, inexorável.
Ás vezes, lidar bem significa deixar que o tempo e a vida mostrem como deve ser o certo.
Outras, a posição firme e forte, ainda que com risco de vida, deve ser tomada, defendida.
Hoje corre, amanhã enfrenta.
E isso quem decide é a própria pessoa que esta vivendo.
E na hora de escolher que palavra dizer, que gesto fazer, pensar bem. Pensar se eu gostaria de ouvir aquilo que vou falar..pensar se eu gostaria de viver aquilo que eu vou fazer a outra pessoa passar. Ou seja, na hora de lidar bem com tanta diferença, o melhor mesmo é olhar para o interior da alma. Fazer o melhor que estiver ao meu alcance, já é o bastante.
Pois uma coisa é certa, na cidade ou na roça: eu estarei comigo mesma. Só isso. Simples assim.
Gente muda de estação, muda de casa, muda de prioridade.
Eu não. Eu estarei sempre comigo, até o final.
E eu posso dizer de barriga cheia: meus olhos, com os problemas e as diferenças que as vezes causam tanto stress, olham para a montanha verde, para a Natureza exuberante, para o céu grandioso, para o rio que corre, e eu me acalmo. Minha alma descansa.
Viver, para mim, é mais alegre, colorido e saudável quando meus olhos podem ver tudo isso.
O Porco-espinho na madrugada estrelada - 25 de outubro de 2011
Ontem eu estava super cansada.
Os amigos do Brasil - 14 de outubro de 2011
O telhado de minha casa aqui na montanha está repleto de pássaros de várias espécies, atarefados com seus filhotes, a manutenção no ninho, limpeza, gaviões.
Da janela do escritório tenho a visão do paraíso em seu dia-a-dia. Movimentado por aqui. O tempo todo.Ontem, um dos pássaros tomava banho na sacada. A poça de água, pequena demais, serviu muito bem de banheira. Pensei nas muitas formas de pássaros nas montanhas da mata atlântica aqui do sudeste ou nas vastas florestas tropicais, como na Amazônia.
Ai que raiva que dá quando alguém destrói a Natureza - 13 de outubro de 2011
Ai que raiva que dá quando alguém destrói a Natureza
Se você passar a enxada de forma errada na estrada de terra, na próxima chuva a água vai levar terra embora, abrindo o buraco que você deixou lá, causando erosão. Para mexer numa estrada de terra, tem que conhecer da coisa. Eu vivo numa APA, então não podemos usar máquinas, abrir espaço pela mata, nada disso. Temos que agir de forma legal. A estrada de terra que fica dentro de casa foi aberta na enxada, de forma caseira, lenta e inexorável. Aí a polícia ambiental esteve no sítio. Disse onde podia, onde não Não derrubamos uma única árvore, e não deixamos a terra em carne viva, vermelha, exposta. Foi tudo feito pensando na vida em torno, no conforto de todos os seres que andam por lá.
Quando tem bicho do mato passando, o carro pára, espera e observa. Silencioso, deixa o loboguará passar, lindo e ruivo.
Na beira de riachinhos e córregos, a vegetação não é mexida. Não se corta, nem se "limpa" beira de rio. Fico ouvindo os "das antigas" daqui dizendo que é preciso limpar a beira do rio, como se lírios e outros "verdes" fossem "sujeira", sabe?
Meu vizinho de frente fez isso. Fomos falar com ele. Nada de novo. Xingou, reclamou, virou a cara. A margem "dele" do rio está cheia de areia, e a água do Rio do Peixe já levou boa parte da terra embora. Estes dias queimou a vegetação, numa queimada assassina e burra. Assassina por motivos óbvios, e burra porque na chuva que vier (e ela virá), a água vai levar mais um tanto da terra. É triste de ver a desolação do outro lado do rio.
Ai houve a denúncia. Do "meu" lado do rio, saiu gente com foto. Já ligamos para polícia civil, ligamos para a policia ambiental, ligamos para o prefeito.E sabe como acabou?? Pizza.
Parte da terrinha estragada do vizinho foi vendida. O novo proprietário "limpou" mais ainda a beira do rio, plantou estacas e levantou um barraco. Fossa na beira do rio, desmatamento, ruídos que espantam animais. Ninguém faz nada. Nenhuma autoridade toma conhecimento. O barraco está lá. Eles estão jogando tudo no rio.
Agora de manhã ouvi o som do trator..passou pela terra, descarnando ela, jogando pela beira as árvores que estavam "no caminho". O Danado do vizinho do outro lado do rio abriu uma estrada em menos de 20 minutos. O telefone que queimou em denúncias jaz na base. Não adiantou nada. As várias policias, a prefeitura... não veio ninguém.
Em quem acreditar? Em políticos? Como podemos mudar isso?
A única "arma" que eu tenho é a denúncia, e eu já acionei essa arma. NÃO ADIANTOU DE NADA.
Sabe, eu quero acreditar. EU QUERO MESMO.
Mas o ser humano, meu Deus!! Lento demais na sua evolução. Lento demais em mudar atitude. Gerações são necessárias para que algo pequeno mude.
Acreditar é tudo o que eu quero.
Acreditar que vai dar certo, apesar dos homens.
Hoje eu acordei pensando em São Francisco de Assis - 04 de outubro de 2011
Diferença entre gerações - 02 de outubro de 2011
"Na fila do supermercado o caixa diz a uma senhora idosa que deveria
trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de
plástico não eram amigáveis ao meio ambiente. A senhora pediu desculpas e
disse: “Não havia essa onda verde no meu tempo.”
O empregado respondeu: "Esse é exatamente o nosso problema hoje,
minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com nosso meio
ambiente. "
"Você está certo, responde a velha senhora, nossa geração não se preocupou adequadamente com o meio ambiente. Naquela
época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram
devolvidos à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram
lavadas e esterilizadas antes de cada reuso, e eles, os fabricantes de
bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes".
Realmente não nos preocupamos com o meio ambiente no nosso tempo.
Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos
escritórios. Caminhamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro
de 300 cavalos de potência a cada vez que precisamos ir a dois
quarteirões.
Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o meio ambiente. Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.
Mas é verdade: não havia preocupação com o meio ambiente, naqueles dias. Naquela época só tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto.E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio; que depois será descartado como?
Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usamos jornal amassado para protegê-lo, não plástico bolha ou pallets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar.
Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam a eletricidade.
Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o meio ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos. Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas vezes ao invés de comprar uma outra. Abandonamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lâmina ficou sem corte.
Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou se deslocavam de ônibus e os meninos iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.
Então, não é risível que a atual geração fale tanto em meio ambiente, mas não queira abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época?”
O mar no deserto de Atacama - pequenos relatos de minhas viagens I - 29 de setembro de 2011
De manhã cedinho, embarcamos numa aventura pelo deserto. Iríamos visitar várias cidades que vivem do turismo. São aldeias no meio do deserto, com pouca água, muita luta. Cada aldeia, uma estória.
Mas venho aqui falar de uma aventura neste dia que tirou meu fôlego e continua fazendo isso. Na minivan, eu pensava, já com fome, iríamos comer. O carro subia a montanha, e os turistas conversavam animados, olhando para o deserto que ficava maior em extensão à medida que a van subia. Lá em cima, quando a van virou, nós todos paramos de falar ao mesmo tempo.
Na imensidão de montanhas, um mar azul e cristalino. Uma visão mágica. Enquanto nós tirávamos fotos, duas pessoas desceram do carro e foram na frente, com o aviso do guia que esclareceu que a água é extremamente salgada, e que em hipótese alguma deveríamos molhar o corpo ou tomar daquela água. Com o sol do deserto, a água salgada na pele queima muito depressa, levantando bolhas. E beber água salgada só dá mais sede.
coisas do mundo vistas por alguém da roça II - 22 de setembro de 2011
coisas do mundo vistas por alguém da roça II
Coisas do mundo vistas por alguém da roça - 16 de setembro de 2011
Coisas do mundo vistas por alguém da roça
Olhei pela janela. Lá fora, cada ser vivo que vive entre a mata tem seu território. E luta com sua própria vida para defende-lo. Meus cães, enormes e bobos, se tornam gigantes e bravos quando se trata de defender seu território, rosnando e arrepiando os pelinhos das costas. Adoro ver a cena.
As plantas vão crescendo, se expandindo para todos os lados, reclamando a supremacia no território todo da terra, onde eu, incauta, construí minha casa de tijolos e cimento. Elas estão reclamando o que é seu: sua terra, por direito divino.
Se é assim no quintal da minha casa, entre os seres naturais que estavam lá antes de mim, fico imaginando entre os seres humanos, dotados de consciência desde há muito tempo.
Está errado um povo ser tirado de suas terras, obrigado a vagar, viver em acampamentos, enfrentando todo tipo de problema, porque não tem um lugar para chamar de pátria.
As coisas deveriam ser mais simples, se resolvendo de forma rápida, para livrar as pessoas da dor.
Li também que os cientistas britânicos estão inventando uma máquina que lê sinais de mentira nos rostos analisados. Que coisa louca, pensei! Uma máquina para analisar faces humanas para fins de espionagem, ou sei lá mais o que.
Olhei de novo pra janela e pensei: ficamos inventando máquinas para ler os outros, saber dos outros, espionar os outros, cuidar dos outros... Espelho ninguém quer, né?? Se olhar fundo na imagem refletida, ver-se nú(a) e crú(a)... como se é. Na simplicidade da verdade, encontrar-se a si mesmo. The ultimate journey.
Não há nada além deste contato com a alma, pois que isso será o único bem que levaremos desta para melhor. Nada mais natural, de acordo com as leis que regem nossa natureza planetária: cada um cuide de seu nariz, fazendo seu melhor, cuidando de seu lar, suas coisas, sua vida.
As coisas deveriam ser mais interiores, se resolvendo na velocidade que nosso ser suporta, para nos livrar dos problemas e limites que impomos á nós mesmos.
Lí que o FBI tem pistas de quem vazou as fotos da Scarlett Johansson na internet. DEIXA VAZAR, gente!!!Deixa a beleza fluir pelas ondas. Adoro homem e não sou homossexual. Mas sou adoradora do belo, da arte. Olhar pela janela e ver só coisa linda também faz parte da vida simples, auto sustentável.
Li que senado adia votação do novo código florestal.
"O artigo 8º do novo código permite que haja modificação ou supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente (APP) nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental".
Pavan Guru - 12 de setembro de 2011
PAVAN GURU (Air is the Guru) PANI PITA (Water is the Father) MATA DHARAT MAHAT (The Great Earth is our Mother)
Delícia de música, pra ouvir em qualquer hora.
Uma oração, não importa a letra.
O Alimento dos Deuses - 12 setembro de 2011
O Alimento dos Deuses – Terence McKenna
Teve início a escura noite da alma planetária, que chamamos de civilização ocidental”.
domingo, 24 de setembro de 2023
11 de Setembro
Os papéis no escritório amontoavam e eu tentava, naquela manhã, dar ordem em tudo aquilo.
Mas meus olhos grudaram na tela de uma televisão, displicentemente
ligada. A moça que dava a notícia titubeava ao informar o que estava
acontecendo, ela mesma sem saber o que era aquilo tudo. Estranho como
tudo parou dentro de mim, menos a sensação do coração batendo forte.
Hoje, sentada aqui na frente do computador, penso no destino daquelas
pessoas e no meu próprio. De alguma forma encantada, que só Deus pode
saber de onde vem, a humanidade que há em mim me ligou ao acontecido, e
minha alma gemeu de dor.
Ser humana, homo sapiens, igual a qualquer outro no planeta.
Somos todos a mesma coisa, e tão diferentes mesmo assim.
Nossas estórias pessoais são particulares, mas nossa humanidade, não! Nossa humanidade faz de nossa estória uma só.
E a consciência de que caminhamos juntos, na mesma esfera azul, faz com
que esta estória seja ainda mais dramática, pois que rodamos ligados uns
aos outros pelo universo, escrevendo nossas estórias através do tempo e
do espaço, pelo infinito afora.
Somos seres capazes de atos atrozes, contra seres de nossa própria
espécie quanto de outras. Violamos, escravizamos, torturamos. Tiramos
sangue e dor de qualquer ser vivo que passe em nossa frente. Destruímos
habitats inteiros por puro capricho, tirando do natural animais e
plantas, sem piedade ou peso na consciência.
Mas a sombra mostra também a luz.
Mostra as mãos que se estendem, as vozes que se levantam no lamento por
seus irmãos. Fala da força da união quando nos damos as mãos para algo
maior.
Na minha cabeça, penso que ainda teremos muito a sofrer, muita sombra
ainda. Não porque não acredito na evolução humana. Apenas acredito que
esta evolução se faz a pequeninos passos, lentamente, ás vezes levando
os séculos nas costas.
E nossa estória coletiva ainda vai escrever muitas estórias
particulares. Nosso planeta azul ainda vai viver fortes emoções. E eu
vou apenas fazer a minha parte, da melhor forma possível.
Neutrinos e por que amo viver
Já que estamos falando em chefes indígenas...
Já que estamos falando em chefes indígenas...
Cacique Guaicaipuro
Discurso feito pelo embaixador Guaicaípuro Cuatemoc, de descendência indígena, defendendo o pagamento da dívida externa do seu país, o México, embasbacou os principais chefes de Estado da Comunidade Européia. Na conferência dos chefes de Estado da União Européia, Mercosul e Caribe, em maio de 2002 em Madri, os chefes de Estado europeus ouviram perplexos e calados um discurso irônico, cáustico e de exatidão histórica que lhes fez Guaicaípuro Cuatemoc.
Com linguagem simples, que era transmitida em tradução simultânea para mais de uma centena de chefes de estado e demais dignatários da Comunidade Europeia, o discurso do Cacique Guaicaipuro Cuatemoc provocou um silêncio inquietante na audiência quando falou:
"Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil anos, para encontrar os que a encontraram só há 500 anos. O irmão europeu da aduana me pediu um papel escrito, um visto, para poder descobrir os que me descobriram. O irmão financista europeu me pede o pagamento, com juros, de uma divida contraída por um Judas, a quem nunca autorizei que me vendesse. Outro irmão europeu, um rábula, me explica que toda dívida se paga com juros, mesmo que para isso sejam vendidos seres humanos e países inteiros sem pedir-lhes consentimento. Eu também posso reclamar pagamento, também posso reclamar juros. Consta no Arquivo das Índias. Papel sobre papel, recibo sobre recibo, assinatura sobre assinatura que somente entre os anos 1503 e 1660 chegaram a São Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América Terá sido isso um saque? Não acredito porque seria pensar que os irmãos cristãos faltaram ao Sétimo Mandamento! Teria sido espoliação? Guarda-me Tanatzin de me convencer que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue do irmão Teria sido genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas que qualificam o encontro de "destruição da Índias" ou Arturo Uslar Pietri, que afirma que a arrancada do capitalismo e a atual civilização européia se devem à inundação de metais preciosos retirados das Américas! Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata foram o primeiro de outros empréstimos amigáveis da América destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário disso seria presumir a a existência de crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a devolução, mas indenização por perdas e danos.
Eu, Guaicaipuro Cuatémoc, prefiro pensar na hipótese menos ofensiva. Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais do que o início de um plano "Marshal-tezuma", para garantir a reconstrução da Europa arruinada por suas deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da álgebra, da poligamia, do banho diário e outras conquistas da civilização. Por isso, ao celebrarmos o Quinto Centenário desse Empréstimo, poderemos nos perguntar: Os irmãos europeus fizeram uso racional, responsável ou pelo menos produtivo desses recursos tão generosamente adiantados pelo Fundo Indo-americano Internacional? É com pesar que dizemos não. No aspecto estratégico, o dilapidaram nas batalhas de Lepanto, em armadas invencíveis, em terceiros reichs e outras formas de extermínio mútuo, sem um outro destino a não ser terminar ocupados pelas tropas gringas da OTAN, como um Panamá, mas sem o canal. No aspecto financeiro foram incapazes, depois de uma moratória de 500 anos, tanto de amortizar o capital e seus juros, quanto se tornarem independentes das rendas liquidas, das matérias primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo. Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar. E nos obriga a reclamar-lhes, para o seu próprio bem, o pagamento do capital e dos juros que, tão generosamente temos demorado todos estes séculos para cobrar. Ao dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar de nossos irmãos europeus, as mesmas vis e sanguinárias taxas de 20% e até 30% de juros que os irmãos europeus cobram aos povos do Terceiro Mundo. Nos limitaremos a exigir a devolução dos metais preciosos emprestados, acrescidos de um módico juro fixo de 10%, acumulado apenas durante os últimos 300 anos. Sobre esta base, e aplicando a fórmula européia de juros compostos, informamos aos descobridores que eles nos devem 180 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, ambas as cifras elevadas à potência de 300. Isso quer dizer um número para cuja expressão total seriam precisos mais de 300 cifras, e que supera amplamente o peso total do planeta Terra. Muito peso em ouro e prata! Quanto pesariam calculados em sangue? Admitir que a Europa, em meio milênio, não conseguiu gerar riquezas suficientes para pagar esses módicos juros seria como admitir seu absoluto fracasso financeiro e/ou a demencial irracionalidade dos pressupostos do capitalismo. Tais questões metafísicas, desde já, não nos inquietam aos índo-americanos.
Porém exigimos a assinatura de uma carta de intenções que discipline aos povos devedores do Velho Continentes e que os obrigue a cumpri-la, sob pena de uma privatização ou conversão da Europa, de forma que lhes permita nos entregá-la inteira como primeira prestação da dívida histórica." Quando terminou seu discurso diante dos Chefes de Estado da Comunidade Europeia, o Cacique Guaicaipuro Cuatemoc, nem sabia que estava expondo uma tese de Direito Internacional para determinar a Verdadeira Dívida Externa. Agora só resta que algum Governo Latino Americano tenha a dignidade suficiente para impor seus direitos perante os Tribunais Internacionais. Os europeus ali reunidos devem ter percebido que nesse tempo de globalização e tecnologia, índio já não quer mais apito, quer que lhe paguem o devido, com juros. Se tem amigos honestos, faça-os conhecer este discurso. Eles também têm sido vendidos."
sábado, 23 de setembro de 2023
Eu agora apresento a vocês : seis graus de separação e a banda 2
Um poema que fala para mim, para você.
Que aponta o erro e mostra um caminho.
Que acredita.
Fragmentos de Utopia
Eu agora apresento a vocês : seis graus de separação e a banda 1
domingo, 28 de agosto de 2011
Aqui
no sítio coisas bem legais acontecem para mexer com nossa vida,
transformando o dia-a-dia em uma caixinha mágica de onde tiro surpresas.
Gente legal, que vem e que vai é uma destas surpresas mágicas da caixinha da vida.
O Sílvio veio morar aqui. Por causa das coisas desta vida mesma que nos leva para lá e para cá, ele veio pousar aqui na roça.
(se você não consegue abrir o link - pois não está funcionando, copie e vai lá ouvir)
https://www.youtube.com/watch?v=I6220iRe_fE
Acorda
cedo, trabalha na horta, me ajudando a lidar com aquele universo vivo e
saboroso. Fala manso e compassado. Escreve livros.
Já escreveu muitos. Já foi repórter. Fotógrafo. Já viajou o Brasil todo.
Já
fez muita coisa na vida. Entre elas, dois filhos e agora os netos, obra
indireta, já que vieram por obra da linhagem direta, consanguínea, sim
senhor!!!
E
pelos caminhos que a vida dá veio a Banda Sexto Grau, e o Sílvio
escreveu tudo o que cantar. Porque temos seis graus de separação entre
tudo. Entre eu e você.
Eu
mesma não vou falar mais... vou cantar... cantar junto. Porque é só
assim que as coisas acontecem: quando cantamos juntos... senão não há
renovação social.
Twyla Nitsch e as regras para viver
Ela nasceu numa tribo Sêneca, e desde pequena, conhecia seu destino. Seu avô, um grande mestre de suas tradições (cujos trabalhos de orador ainda são estudados por muitos) , lhe deu um nome mesmo antes dela nascer, Yeh-Weh-Node - "Ela, cuja voz Viaja sobre os Quatro Ventos" - que representou exatamente tudo o que ela fez, espalhando seus ensinamentos ancestrais para a Austrália, África, Holanda, Alemanha, Polônia, Canadá, Israel, Rússia, Japão , as Ilhas Britânicas, Itália e Estados Unidos. Em abril de 1999, ela recebeu o prestigioso Prêmio Norte-americano Vivendo Tesouros em reconhecimento do trabalho de sua vida.
Ela fundou e liderou o Clã dos Lobos, uma organização internacional que promove os ensinamentos de seus antepassados.
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