Hoje,
lí um artigo na Scientific American, Brasil, de Lawrence M.Krauss,
físico teórico e diretor da Origins Initiative, pertencente à Arizona
State University (www.krauss.faculty.asu.edu).
E enquanto eu lia, eu não podia deixar de pensar em comentar aqui o que estava lendo.
O
homem é um físico, o que seria mais um reforço, um pleonasmo, daquilo
que faz com que Marte e Vênus sejam tão diferentes. Achei que fosse ler
mais um artigo "duro", hermético, escrito para outros físicos, afinal,
numa revista de Ciência, eu espero o que, não é mesmo?? Achei que fosse
ler algo prático...como posso dizer...masculino...
Mas... no primeiro parágrafo ele começa assim:
"Confesso. Tenho e sempre tive uma queda por neutrinos.
Entre todas as partículas conhecidas, só os neutrinos têm delicadas
propriedades que se destacam e são românticas o suficiente para inspirar
um poema de John Updike ou mergulhar equipes de cientistas nas
profundezas dos segredos durante 50 anos com gigantescos dispositivos
eletrônicos para desvendar seus mistérios.
Continua a me assombrar o fato de que, a cada segundo de cada dia,
mais de 6.000 bilhões de neutrinos oriundos de reações nucleares dentro
do Sol penetram no meu corpo, e a maioria deles atravessará a Terra sem
interrupção. Mas me impressiona muito mais que, em vez desse
"fantasmagorismo", podemos detectá-los, testá-los e revelar seus enigmas"
Pensei em tanta coisa.
Primeiro
abrir meus braços nesta imensidão, do alto da montanha, e receber
consciente e grata este bombardeio de neutrinos, suaves viajantes do
universo infinito. Saber que o Sol, numa explosão nuclear somada a
outras despejou no Universo estas partículas fantasmas, viajantes das
dimensões do Cosmos, esta neste momento, passando pelos meus poros,
entrando em mim... o pensamento me guia num movimento de corpo de abrir o
peito e de expandir meus pulmões, como se respirando fundo eu pudesse
absorver mais energia do sol. E pensar me faz acreditar nesta energia do
sol que esta me transpassando agora, fazendo com que me disponha a
absorver energia e deixar que esta luz fique em mim. E saber que está em
mim me ajuda a melhorar meu diálogo com minhas células, alimentando-as
agora com luz.
Pensei
também que o Universo esta cheia de viajantes invisíveis. Os Neutrinos
quase não tem massa...são tão pequenos que atravessam um bloco de
chumbo sólido SEM ENCOSTAR NA MATÉRIA.Como algo pode passar chumbo
sólido e não encostar em nenhuma molécula, em nenhum átomo?? Nada?? Ele
simplesmente passa reto.
Fico
meio maluca quando leio que "A vida média de um Nêutron livre é de
aproximadamente 12 minutos". Tudo bem um cientista, alguém que passou a
vida inteira estudando. Mas o mais próximo que eu chego de física é na
astronomia, e de raspão. De resto, faço sabão com óleo usado, me
aventurando na química...cozinha é alquimia pura..então me sinto ligada
ao meio acadêmico científico pós-moderno liberal. Mas que fico doidinha
da silva com esses assuntos, lá isso eu fico mesmo.
Aliás, John Updike, que foi citado acima, só poderia escolher
como assunto os neutrinos, ele que escreveu
"As bruxas de Eastwick", uma delícia de filme, com o ótimo Jack
Nicholson como o Diabo e as bruxas Michelle Pfiffer, Susan Sarandom e Cher.
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