terça-feira, 10 de outubro de 2023

Buzinaço do Feriadão de Nossa Senhora Aparecida de 2013 (22/10/2013 15:59 terça-feira)

Podia ser capa de revista importante. Daquelas que tem duplo sentido, ás vezes três ou mais.

É, porque teve buzinaço. Uma fila de carros (talvez 3 ou 4, incluindo o nosso), caminhões (dois na frente da gente).

Aconteceu no feriadão de Nossa Senhora Aparecida. E como todo feriadão desse, tem um monte de romeiro na estrada, pagando sua promessa, agradecendo, indo só por amor. Coisas da fé do brasileiro. Mas tem também aquelas carroças chiques, com rádio e antena poderosa, cavalão de primeira, com crina escovada e trançada com fita colorida.

Foi no ano de Nosso Senhor Jesus Cristo de 2013, aqui na comarca de São Chico, sim senhor.

Mas qual foi o motivo do buzinaço??
Foi a danada da falta de paciência, que veio atazanar a vida de quem vive em paz aqui na roça.
Que é isso, gente?? Sair buzinando para romeiros?? Numa estrada conhecida por ser rota de romarias?? No dia santificado á santa que levanta o romeiro de casa pro cumprimento do dever religioso há dezenas de anos, passando o ritual de pais para filhos faz um tempão???


Que é isso, gente??
Fiquei chocada.

Vai pra cidade rezar um Pai Nosso, não como punição pelo mal feito, mas por perdão do ato infeliz.
Buzina tem hora e bom motivo pra usar, infeliz!

Manias minhas e um pássaro sonâmbulo ( 09/10/2013 08:57 19:22 sexta-feira)


Ontem eu voltei da cidade.
Eu acho que todo mundo tem suas manias. Quando eu subo no carro, no ônibus, se eu não me vejo "fazendo a viagem", se eu não me vejo "chegando no destino", eu não viajo.
Eu preciso "viajar" primeiro na alma para depois executar o ato na vida "real". Adoro lembrar das palavras do Morfeu à Neo, falando numa sala virtual sobre o que é real e o que é irreal. Vivemos num mundo de sonhos. Não conviver com esta "porta aberta" é não entender a brincadeira.

Mas ontem eu me vi no destino. Me vi chegar, abrir a porteira, e a porta da frente da sala. Enquanto vou dirigindo, checo de vez em quando para saber se me vejo percorrendo os próximos quilômetros.

Manias.

Cheguei em casa quase de noite.
Sozinha.
Silêncio.
Delícia.

Meus animais cuidados. Parei em cada um, agarrei, vi água e comida.

Dor de cabeça. Tenho tido enxaquecas de vomitar de dor. Sumax. Criação da medicina moderna, que entra no organismo matando a dor maldosa que tira minha visão, minha vontade andar e ver luz, sentir cheiros. Tudo me incomoda.

Deitei no sofá e dormi com o tempo, enquanto a dor ia passando. Depois da dor, um torpor natural do remédio. Acordei assustada com barulhos na porta de vidro da entrada. Noitão frio. Escuro. Minha cachorra lá fora, fiel, cuidando da casa. Que barulho era aquele?? Que bicho voava em torno da luz verde da varanda, deixando sombras grandes de asas abertas no chão da sala?? Através do vidro da porta, eu deslumbrava o animal voador.
Pensei logo no morcego daquele domingo, dentro da minha cozinha, fazendo um barulhão com as asas pretas quando batia nos móveis e paredes. Corri e fechei a janela que eu havia deixado aberta. Bem na hora, porque o tal voador bateu logo em seguida no vidro fechado.

Olhei para ver melhor e me espantei com o inusitado: uma andorinha meio perdida na noite. Voando em círculos, parecendo um pouco sonolenta, como em transe. Os pássaros tem sonambulismo? O que tirou essa andorinha do ninho, no meio da madrugada?

A gata estava embrulhada nas cobertas em cima do sofá que me serviu de cama até hoje de manhã bem cedo, quando acordei louca por um café.

Manhã linda de sol.

O pássaro não estava lá. Minha gata dormiu a noite toda do meu lado, sem sair nem para usar o banheiro. Não comeu o pobre perdido, que tem mais um dia de vida na roça.

Manhã realmente linda.

Viva a roça.

O morcego preso em tapetes da cozinha (sexta-feira, 27 de setembro de 2013 19:22)

 Ontem estávamos no escritório quando ouvi um bater estranho de asas na cozinha. Pensei logo no imenso inseto que entrou ante ontem e ainda não tinha saído. Um inseto enorme, cheio de vigor e, pelo barulho que fazia ao bater nas paredes, devia ser duro como uma pedra.

Abri a porta do escritório devagar, temendo o tal inseto.

Da frestinha da porta pude ver o inseto entre os trilhos da porta do quarto. Estava lá, imóvel, bem posicionado, quase escondido, mas eu o vi.

Silêncio. Fecho a porta e volto para o trabalho, feliz de ter resolvido o estranho barulho. Mas foi só pensar assim e o tal volta a preencher o ar... que som estranho...são asas batendo, mas batendo em todo lugar, meio perdido, enlouquecido. Será outro passarinho???

Fui abrindo a porta do escritório e mirei logo o lugar do inseto. E ele estava lá, no mesmíssimo canto do trilho. Não foi ele, com certeza. Fui olhando em volta. Nestes momentos, eu percebo que meus olhos tomam o controle de quase todo o cérebro. Eu sou apenas olhos. Vejo chão e paredes, objetos, procurando algo que chame minha atenção.

Chegando perto da porta da cozinha, decifro o enigma das asas enlouquecidas: um morcego, preto, mas muito preto mesmo, virado de cabeça para baixo, só que, ao invés de estar no alto da parede, lá em cima onde não pode ser atacado, este aqui estava quase rente ao chão, com os pelinhos da testa quase raspando o chão de cimento queimado azul da cozinha.

Juntei minhas mãos e gritei: "- Pelo amor de Deus, é um morcego".


Reconheço que foi uma frase ridícula para se dizer num momento desses. um "Credo!!" seria ótimo, heim?? Mas não. Ainda fui piorar a cena, juntando as mãos, como em prece.

hahahahahahaha

Aí o marido/chefe sai do escritório, meio de má vontade... depois me confessou que, mais cedo, durante o começo da noite, chegara a ouvir a bateção de asas, mas abandonou a procura com preguiça de ver o problema naquela hora.

Tenta tirar o tal morcego com uma pá de piscina, com prolongador e tudo. De longe cutuca a fera. Um guincho horrível preenche o ar. Depois, um grito horrível abafa guincho e tudo fica pior: na hora que o morcego começa a gritar, eu começo a gritar, ainda mais alto e pior do que o mamífero.

hahahahahahaha

Marido fez uma cara feia, cobriu o morcego que não voava com os tapetes da cozinha e voltamos ao trabalho no escritório. O bicho ficou lá, para ser solto logo depois dos primeiros raios de sol.

Desapareceu nas árvores.

Deve ter contado o terror passado nestas horas de prisão em estranha trama de pano, para seus parentes, que, de certo, deveriam estar preocupados com sua ausência.

Ufa!!

Morreu meu Melão. (terça-feira, 24 de setembro de 2013 09:02)

 


Morreu meu Melão Boy.
Filho de Cazuza, americana mansa de boa índole e Skank, um fila mal tratado e bravo.

Deu um lindo e manso cãozinho.
Morreu de medo de trovão.
Obrigada, Natureza, por ter me enviado o Melão.
Foi cedo.
Deixa saudades.
Love da roça.

Pedra folha e Orgulho assumido (sábado, 14 de setembro de 2013 12:23)

 Gosto de pensar que somos crianças espirituais, e que toda e qualquer forma de imaginar Deus estará condenada à mudar, pois não temos ainda a condição de sequer sonhar com Ele (seja Ele lá quem for);

Gosto de pensar que a simples ideia de Deus é absurda e infantil;

Dou 1% de chance para que Ele, realmente, não exista! Que estamos todos na roda simples e natural, como tudo o que acontece. E é esse 1% que me puxa para baixo, para a dor de simplesmente não existir depois de mim mesma. De não levar para o infinito meus amores. Tonteia minha mente, me faz perder o chão por segundos. Não pode ser...

Meus outros 99% acreditam que a evolução se dá de forma lenta e contínua, através dos milhares de anos e dos reinos diversos que vamos encontrando á medida que subimos de degrau na escala evolutiva.


Que nossa consciência vai se abrindo inexoravelmente, quer queiramos ou não;

Que dormirmos no Reino Mineral, sonhamos no Reino Vegetal e despertamos no Reino Hominal.

Penso que vencer este 1% significa, no fim, iluminar. A  experiência única de entregar-se totalmente à Ele.

Nunca me doei assim.
Nem para homens, nem para Deuses.

Carrego o Espírito muito orgulhoso ainda. Noção absoluta disso. Não é ruim. O Alcoólatra deve assumir seu vício antes de seu tratamento começar. 

Dobrar, dobrar e não quebrar!
Por quê não?

Porque eu acho que Espírito veio de um jeito e o corpo caminhou por outro. A resiliência conquistada na matéria vai ajudando a dar o tom para o Espírito, que precisa do exemplo para crescer. 

Deu pra entender??
Sim?
Não?

Super pais e mães e as super famílias de Andry Shango! (13/09/2013 21:45 sexta-feira)

 

Super pais e mães e as super famílias de Andry Shango!



O Designer de animação Andry "Shango" Rajoelina, francês, retratou as super famílias... como seria se Superman tivesse filhos e os segurasse pelas mãos na hora de levar à escola?? Ou mulher Maravilha??

Não aguentei e coloquei meus super-heróis.
Com minha irmã e eu pelas mãos, amorosas, lindas!

Super-heróis também levam seus filhos para a escola - Crescer | Rotina

Fofura do dia: As famílias de super-heróis como Mulher Maravilha e Batman |  VEJA SÃO PAULO

Fofura do dia: As famílias de super-heróis como Mulher Maravilha e Batman |  VEJA SÃO PAULO




Olha o blog dele.

O bebe pássaro na janela e Deus na Natureza (sexta-feira 13 setembro 2013 09:36)

Hoje, de manhã bem cedo, quando o sol já estava deixando tudo claro lá fora, eu percebi, pelos movimentos da Tequila, minha gata, que um dos passarinhos da varanda havia começado as aulas de voo de seu filhote. Pensando bem, escrevendo agora (acho que é o único jeito de eu pensar bem - assim como a única forma de saber se eu pinto ou não determinado tema é pegar na massa e sair pintando, com pincel em riste) eu acho que saber que Deus existe é a mesma coisa do passarinho...eu não vejo, mas sei, pelas reações que vejo na natureza, que Deus existe.





Voltei a dormir, porque vi que Tequila relaxou as costas, apoiou o corpo no tapete e fechou os olhos. Ótimo, pensei. Voaram em paz e tudo ficou bem na roça, pelo menos agora de manhã. Não foi verdade exatamente, pois algum tempo depois, lá estava a Tequila, mostrando através de sua expressão corporal, que algo estava errado (para o pássaro).

Sou da Natureza e acho que esta tudo certo nela (apesar de ter concordado com a Emília, na Reforma da Natureza, que alguma coisa poderia ser mudada..kkk). Então, gatos fazem exatamente o que a Natureza determina, cães também, e cobras e todo o resto de seres mortais que caminham pela Terra abençoada..todos somos aquilo que somos. E ponto final.

Ouvi o bater assustado das asas no vidro: o passarinho estava dentro de casa. Havia entrado pela pequena abertura do vidro, que eu havia deixado para a gata sair e fazer suas necessidades lá fora. Afinal, gatos tem um coco e um xixi forte demais para deixar fazerem isso em meus tapetes.

Sabe qual foi minha primeira reação?? Agarrar a gata, porque era o principio do problema. Ela é muuutio boa em caçadas, e aquele bebe emplumado não teria chances em suas primeiras tentativas aladas. Seria uma pena não dar uma segunda chance ao lindo emplumado que se debatia no vidro, louco para sair. Triste ver a situação da mãe, que ficava exatamente no mesmo lugar do filhote, só que do outro lado da transparente cortina que os separava.

Encantei-me um segundo com esta visão de amor entre mães e filhos. Lembrei de grandes e pequenas tragédias humanas, onde pais veem seus filhos morrerem antes deles, na sequencia natural da vida. Dor maior. Pensei nas famílias que tem seus filhos levados por estranhos, e passam o resto de seus dias com o coração na garganta, tentando respirar um ar pesado de dor e separação, insegurança e medo por seu rebento tirado à força de seus braços por homens cruéis.

E somos uma raça bem cruel. Somos capazes de coisas horríveis, em nome de qualquer assunto, seja Deus ou futebol. Prender alguém com requintes de crueldade, torturar, arrancar seis, enfiar coisas pontudas nos corpos, fazer o irmãos gemer e enlouquecer de dor....o que é isso, minha gente?? Somos feitos de poeira cósmica, somos filhos das estrelas, temos a semelhança do Criador e, ainda assim, temos as trevas carregadas ao extremo dentro de nós mesmos. Somos monstros muitas vezes.

Muitas vezes.

Bem, depois da digressão (obrigatória), volto ao passarinho, que depois de voar, debater, voar de novo e se debater novamente, conseguiu, com meu empurrãozinho, sair pela única janela que deixei aberta: a única onde a Tequila não entra com seus pulos incríveis: ela ficou do lado de fora da casa, gritando nas janelas para entrar. Durante a tentativa de colocar o bebê para fora, ela fechou as patinhas duas vezes, exatamente no lugar onde o passarinho estava, e foi engraçado ver a cara dela quando não viu pássaro algum nas unhas. Engraçado ver como o vidro separa mas não deixa isso claro, né?? Pelo menos não aos animais, que não entendem nada do funcionamento de uma janela.

Voou aliviado. A mãe dele ficou aliviada.
Eu fiquei aliviada.
Tequila está lá fora, no sol, ainda sem entender bem como conseguiu perder, duas vezes, uma refeição fresquinha, já garantida, ali bem na frente dela.

Coisas da vida, minha gatinha, coisas da vida.

Sigo com as coisas da roça.
Sigo verde.
Feliz.

Passeio na cidade, gotas de pinho alabarda e a torta mousse de chocolate (07-09-2013 16:23 sábado)

 

Passeio na cidade, gotas de pinho alabarda e a torta mousse de chocolate

Hoje saí do mato.
Vesti sapato novo, calça apertada, um sutiã e uma camiseta, penteei os cabelos, pintei os olhos.
E olha que combinei calça e sapato, efeito raro.
Aliás, camiseta combinou com tudo também.
Assim como acontece conjunções astronômicas, com planetas se alinhando no espaço em linhas imaginárias, tem momentos que alinho as peças, produzindo um harmonioso efeito de estar perfeita na roupa certa.

Sapato novo porque me dei de presente umas botas para ralar no sítio, mas como ainda estão novas, saio com elas até quando der... mas são de ralar no mato, sabe?? Andar sem medo de cobra, de inseto corajoso e peitudo, achando que pode f*d*r um ser humano, milhares de vezes maior do que ele.E PODE. Tem inseto que deixa picada doída demais, que leva tempo para passar, fica vermelho e quente, febril numa luta contra veneno. Melhor bota no pé.

Calça apertada porque, na minha magreza, posso vestir uma calça apertada, de cano apertadíssimo, acabando na bota. Fica chique.
Um sutiã foi uma escolha dura. Dia azul, quente, com sol aberto depois de dias chovendo e fazendo o maior frio na roça. Melhor sair com camiseta, esta que combina com o resto, então só posso usar esta camiseta vestindo um sutiã....senão... Meu lado holandês não nega as tetas fartas. hahahaha

Vestida para matar, falta arrumar o cabelo, o rosto.
Esconder as marcas não dá. Estão aqui, balangando nas peles que vão, aos poucos, sobrando pelo corpo.

Creme, cabelos escovados...batom, um lápis nos olhos.

Lembrei das gotas de pinho Alabarda, na minha época de escola. Vinha num saquinho dividido. As balinhas doces e refrescantes de pinho na parte maior. Na menor, o nome e uma frase de impacto:

"Sorria e finja estar contente, porque aos outros não interessa as mágoas da gente"

Pingos de Pinho !!! Mas eu acho que essa bala tinha outro ...

 Fui pra cidade.


Comprei uma torta mousse, dessas prontas, expostas em fartas geladeiras, recheadas destas coisas industriais. Com café, na mesa da varanda da amiga Lelê, ficou perfeita. Devorada por todos, em pouco tempo reduzida a restos doces num pratinho branco de plástico, parcialmente cortado pela faca enlouquecida de vontade do chocolate da torta.
Revi os amigos.
Saí de casa.
Comi torta mousse de chocolate, com café, na varanda da Lelê.
Tá bom demais.
Agora fico no mato.
Escondida.
Pouca voz.
Pouca gente.
Verde.

Raio-x trajes espaciais (05/09/2013 22:53 quinta-feira)

Eu adoro as coisas que vem do céu.

Adoro estrelas.
Adoro saber seus nomes...
Adoro olhar para o céu e reconhecer (algumas) constelações..
Adoro pensar que um dia eu terei um telescópio..

Viajando por aí encontrei esse link sobre "algumas artes" em cima dos equipamentos usados pelos astronautas: tirar raio-X das peças deixou aquilo tudo ainda mais incrível...

Receita de Pé-de-Moleque da Roça (21-08-2013 14:04 quarta-feira)





Quer fazer pé-de-moleque??
Um fácil??
Rápido??
Delicioso??

Receita da prima Marília:

- 1/2 k de amendoim crú.
- 1/2 k de açúcar

Coloca tudo numa panela. Eu usei uma frigideira, porque fica bem mais fácil de mexer do que numa panela de duas abas, sabe???
Então, põe açúcar e amendoim na frigideira (alta), e vai mexendo enquanto esquenta no fogo alto. Quando o açúcar começar a derreter e a caramelar, abaixa o fogo, mas continua mexendo e mexendo, até tudo virar uma calda, cheia de amendoim.

Nesta fase, desligar a panela e despejar uma lata de leite condensado, e mexer tudo muito bem... a calda vai chiar, reclamar que entrou um ingrediente frio, mas não tem nada. Vai misturar ao leite condensado, e pronto.

Despejar numa fôrma untada.

Eu comi quente mesmo, mas não fica tão gostoso quanto ele mais frio.
Fica menos duro do que o pé-de-moleque comprado, mas com o tempo vai endurecendo.

Aí é só comer.
Fica bom demais.

Cuidado que vicia.


Na roça tem tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo. Mas... (21/08/2013 13:54 quarta-feira)

Eu sei que o tempo é uma coisa relativa, tem tudo a ver com o psicológico e tem uma frase muito boa sobre isso: "Uma palavra pode parar o tempo".
Eu já vivi assim, parada no tempo por causa de uma palavra, um gesto, um som...uma imagem.
Já senti o coração parar.
O corpo perder a forma.
A consciência se perder, paralisada.

Na roça também o tempo pára. Só sair andando pelas encostas..pode ir devagar, porque tudo vai acontecendo diante dos olhos, mas olhos atentos. Os meus vivem perdidos na natureza, observando enlevada, mas prestando pouca atenção.

Tenho que dobrar esforços para ver.

Exemplo: descer de carro a montanha é coisa simples. Não é não. Marcha sempre na primeira, porque já cai com meu carro desgovernado pela rampa abaixo..é assustador, pois parou só Deus sabe como, perto de uma pedra bem grandona, e foi punk.
Descer no escuro, então, é dobrar atenção. E como ver as coisas acontecendo, quando se esta prestado atenção no volante??
A atenção vem de repente, como aquilo que lhe despertou: na frente do carro, uma coruja. Levanta voo assustada com a aproximação do veículo, mas ao levantar voo,se depara com uma mariposa que vinha na direção dos faróis,encantada pelo brilho dos holofotes do carro. Ao voar para fugir do pneu, a coruja abocanhou o inseto que voava na direção contrária e saiu vitoriosa, mata adentro, com sua mariposa no bico.

Eu estava lá.
Olhando enquanto o carro descia praticamente sozinho.
Deixei de prestar atenção na estrada e me perdi atrás da coruja, encantada com o acontecido.
Essa sou eu.
Pena não saber nada de você.
Me conta algo...

Jornadas ... Que número mesmo?? (24/07/2013 22:18 quarta-feira)

O nome dela é Albulena.

Albulena Panduri (@albulenapanduri) • Instagram photos and videos

Os olhos azuis, os cabelos ondulados, castanhos claros.

Albulena Panduri Artworks

O rosto de pele branca e macia, cheio de sardas ruivas.

Jovem artista gráfica de Kosovo.

                                                 Albulena Panduri on Behance
É linda.
Trabalhos lindos. Albulena Panduri.


Animais, solitude, longas distancias para os olhos se perderem em pensamentos...

Natureza gigante e pessoas..poucas..mas em todos os seus trabalhos, apesar da solitude implícita, o humano está presente. O animal também.
Passa lá!!
http://www.behance.net/albulenapanduri

O rato roeu a farinha da Clau, que não era rainha de Roma (24/07/2013 21:58 quarta-feira)

 

Eu Não sou porca.
Troco de roupa todo dia.
Tomo banho todos os dias.
Sei, de longe, quando minha louça não foi bem lavada por alguém que só queria me ajudar.
Lavo de novo, sem que meu benfeitor veja, para não ferir sentimentos, mas louça suja nem pensar.
Sempre ouço que ando cheirosa.

Tenho um rato dentro de casa.
Pronto! Falei!
Mas não é porque sou porca, não. Não há lixo acumulado, nem latas sujas largadas em meu terreno; acontece que estou na roça, onde tem bichos e bichinhos por toda parte.
Dona Francisca acha que o ratinho passa por debaixo do vão da porta, que é bem largo. Então eu estou me dedicando a costurar uma cobra, fina e comprida, em algodão colorido, para fazer uma linda peça cheia de areia, para colocar no vão e impedir que o tal roedor entre em casa.

Não vi o bicho. Vejo apenas seu coco, que fica espalhado pela prateleira, perto das farinhas, sabe?? Que nojo. Depois Dona Francisca lembrou que ratinho na roça é limpinho, é mesmo. mas é rato mesmo assim. Ela me ensinou como armava a ratoeira. E eu fui armar, deixar lá na prateleira onde o bichinho passeia. Na hora que eu fui colocar a ratoeira, ela desarmou nos meus dedos, e meu cabelo ficou cheio de restos de isca de rato...aiiiiii..que droga.. que raiva que deu!! Fora a dor, o cheiro no cabelo, a vergonha do erro...orgulho ferido!!

Armei a bicha na própria prateleira, claro, apenas da segunda vez cheguei à esta conclusão. Mas ficou lá. Armada. Não escutei quando desarmou, durante a madrugada. De manhã, fui olhar a armadilha, devagarinho, porque não gosto de fazer isso. Não gosto de tirar o bichinho dali, ele preso. Horrível, sabe??

Bom, fui devagar, olhando através do pires de vidro que estava na frente. Droga! Armadilha desfeita, pouco da isca espalhado pela prateleira, mas o resto foi levado. O rato ainda deixou um coco. Ele deve ser pequeno mesmo, pois o coco é pequenino. Que droga...

Volto quando tiver conseguido..
E aí?? Vai decidir viver no campo?? Na roça??

É uma emoção por dia, meus amigos.
Beijos.

Vespinhas, estouros e a festa de Santa Ana (14/07/2013 16:34 domingo)

 Olha só como as coisas na roça deixam de ser calmas de uma hora para outra sem ser aquela loucura de violência e destruição que logo vem á cabeça quando se fala em "loucura"...

Quando digo loucura não me refiro então às coisas que não tem solução, como morte ou doença grave...loucura é loucura mesmo, quando eu levanto e olho para a janela e dou de cara com um enxame enorme de vespas procurando uma casa para se enfiar debaixo de alguma telha ou no chapéu da lareira. A cena é uma loucura de se ver, pois são dezenas de dezenas destas bichinhas cheias de vigor e destemor. São pequenas, mas seus ferrões doem demais, para quem já foi picado e que sabe dos dias engolindo aquele ardor na região picada.
Aí sabe o que eu faço?
Eu saio correndo fechando portas e janelas. Não quero dúzias destas voadoras entrando à toda atrás de mim aqui dentro de minha casa. Desaforo seria, não??
Então fecho tudo. Aí, no fogão e na lareira, faço fogo, porque ai a fumaça vai espantar as ditas, que assim procurarão outro lugar para fazer sua preciosa casa.

Loucura, né?? Ou não??

Loucura acordar com estouros na caixa de eletricidade. Aquela que ninguém aqui em casa chega perto sem sentir medo. Sim, porque ela dá um certo temor, quando se pensa que a eletricidade vem debaixo da terra, puxada pelo Rodrigo, que subiu pela montanha trazendo cano, e depois subiu levando o fio de cobre, e depois desceu com o fio, para dar o "retorno" lá embaixo. Algo assim, que confesso, não entendo direito. E por não entender, temo. Sacou??
Aí, com tanto estouro, fomos para Monteiro, procurar alguém (depois do café com pão e manteiga e suco de laranja, lá na padoca do Marcos e da Marisa). Foi o Marcos quem me indicou o Valdir, que veio na sua moto ver o que podia fazer para acabar com os estouros. Voltamos para casa e lá no alto da igreja vimos a festa da turma aqui da roça para Santa Ana. Chegamos na hora do leilão de porcos e bois já mortos, limpos devidamente, leiloados para as pessoas na região, arrecadando dinheiro para a Igreja Católica, que vive do amor dos fiéis, que lotaram a construção azul típica de bandeirinhas coloridas, carros estacionados pelas montanhas... Estava cheio mesmo.

Agora tudo resolvido.
Eletricidade feita, arrumada...banho tomado, louça anda vou lavar.

Mas a festa tá lá...
Vem pra roça, vem!!

Geléca de aranha (10-07-2013 21:25 quarta-feira)

Geléca de aranha

Fui ajudar lá no barracão. Olhei quando o Clau tirou o baú velho de madeira do canto... a forma estava no fundo, uma pelota marrom em fundo azul.
Pelota escura, com patas bem firmes na madeira e um ferrão em riste, avisando que estava pronta para o embate.

                  Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Governo do Estado de São Paulo


A aranha era realmente enorme.
Eu me afastei.
Fiquei atrás do Clau, que levantou a vassoura e plaft!

E foi ai que, da barriga amassada, voou uma gosma BEM NO MEU OUVIDO, CABELOS...foi horrível.
Gritei abafado, o Clau me ajudou a caminhar até o esguicho que estava aberto.
Usei da água e fui lavando tudo.

Um nojo.
:D

Infestações na roça (27-06-2013 08:08 quinta-feira)

Tudo bem.
Tem dia que parece noite, certo??

Acordei 6:00 da manhã hoje ouvindo um movimento incomum no forro do telhado de minha casa.
Faz um tempo já (meses) que eu ouço quando os tais morcegos chegam e saem para suas rondas de fome pela noite na roça.
Dá para seguir quando chegam, e se arrastam pelo forro, subindo o telhado, por dentro, como se tivesse corredores, levando aos cômodos de uma casa.
Caminham rápidos, muito rápidos, guinchando alto, conversando com seus pares, certamente fazendo reconhecimentos de cheiros, ruídos, se esfregando e cheirando aos berros (berros para um morcego, pois os guinchos são realmente bem altos).

Dá até para brincar na imaginação.
A família (morcegos são muito familiares) se reunindo, contando como foi sua noite, todo mundo feliz de estar em casa. O dia nascendo lá fora, todo mundo devidamente cheirado e reconhecido, cada um vai para seu cantinho, ainda gritando feliz, e se aconchega, roda mais um pouco, guincha mais um pouco, roda mais um tanto e... pronto! Passam o dia em silêncio.

Eu já tentei espiar de todo quanto foi jeito... subi no morro atrás da casa, nada.
Fui pela lateral, esperando vê-los entrar ou sair (claro que eu fui no horário comum deles, na troca dos horários, se é que você me entende!). Nada.

E hoje eu acordei com eles. Estão muito barulhentos, e suas unhas raspando no forro fino de madeira que nos separa, deu muita aflição. Preciso pedir, urgente, que o Rodrigo venha me acudir.



Rodrigo é um "faz tudo".
Vive no Souza, um bairro de Monteiro Lobato.
Construiu sua casa com as próprias mãos. Vi vários estágios da construção. Primeiro, quarto banheiro. Quarto expandiu, sala apareceu, cozinha entrou (ficava do lado de fora, na lavanderia improvisada), banheiro ganhou um certo status, hall de entrada estilo mediterrâneo (ele nem sabia, foi esfregando a argamassa branca nas paredes com as mãos, e lá estava eu, numa casinha grega. Até um jarro estilo ânfora no chão, com folhagens secas das árvores do local. Moço fino, de bom gosto natural. Gosta de ver revistas de casa e construção, sabe?? (eu também adoro).

Se alguém já viveu a experiência de ter morcegos no forro do telhado, me dá um toque. Já ouvi dizer que não adianta fechar os buracos. Eles voltam. E num telhado alto assim, eles entram mesmo.

Eu não sabia disso de voltarem sempre. Na primeira casinha onde morei por aqui, eu tive morcegos entrando nos buracos do forro da cozinha. Esperei que saíssem, de noite, e fui com jornal embebido em pimenta, muita pimenta. Forrei todas as entradas da casa, já que a cozinha era bem baixinha (ainda é). Não aumentamos porque achamos que faz parte do charme ser pequenina, de boneca, quase. Fogão a lenha bem  perto da chaminé não ia dar certo.... subimos a torre da chaminé, provocando então a subida rápida do ar quente e enfumaçado.

Bom, aventuras na roça.
Bom dia para vocês.

segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Imagens falam mais do que palavras (26-jun-2013 09:14 quarta-feira)

Ás vezes isso é verdade.
Mas imagens que vem com explicação ficam incríveis. A estória por trás da imagem pode ser um complemento poderoso para aumentar a força do que vemos.

É assim com esta imagem.
Ela já é incrível pela força da Natureza.

Monte Bromo, Um Vulcão Ativo Em East Java, Indonésia Foto de Stock - Imagem  de montagem, escalar: 86814108

Saber onde foi torna mais mágico.

No sopé do Monte Bromo, um vulcão ativo na ilha de Java, já famosa por seus espetáculos de fogo e areia, e lava e explosões. Lá tem um templo, no meio das brumas...

Que coisa mais incrível.

Amei saber disso...amei ver isso.

 (A foto original perdeu-se com a infestação de vírus... coloquei uma imagem do Monte Bromo.

Jornadas não lembro o número (25-06-2013 18:01 terça-feira)

Pôxa, quem estiver na França, dá um pulo na Fundation Cartier. A exposição foi prolongada para novembro... demais de amazing.

Hyperréalisme à Paris : l'exposition Ron Mueck en 5 œuvres hallucinantes
Estão com uma amostra do escultor australiano hiperrealista Ron Mueck.

Ron Mueck: de uma infância com marionetes a esculturas hiper-realistas -  ISTOÉ Independente
Incrível, sabia??
ARTISTA DO DIA - Ron Mueck

Miniaturas ou gigantes, estas estátuas chamam a atenção pela perfeição dos detalhes.

Vai dar uma espiada no site da Fundação bem aqui!

Dia anormal "da roça" (25-06-2013 17:53 terça-feira)

 Dia anormal "da roça"

Dias comuns de roça. Será?? Acho que nem tanto.

Acordei cedo. Levei marido para a rodoviária. Fui até o shopping. Comprei blusa numa oferta imperdível. Fui ao banco pagar contas, transferir a mesada do enteado, pegar os talões de cheque.
Dei um pulo em Monteiro para comprar a ração dos meus filhos, ou saindo do ridículo, daquilo que eu considero mais perto de amor de filho: meus animais, afinal, são eternas crianças.
Depois, São Francisco Xavier, no depósito de material de construção. Comprei as buchas e parafusos que eu precisava..bem, eu não. Mas o Rodrigo, que está fazendo umas reforminhas aqui em casa, pediu que comprasse os tais parafusos, com bucha e tudo.
Saí do depósito e fui para a Quitanda, onde comprei minhas frutas para esta semana. Conversei indignada com a dona do sacolão versão roça, a Gislaine, (lugar agradável, sempre limpo, amplo, cheio de coisas frescas, atendimento personalizado, com gente linda e simpática)..indignada porque mostrei minha carta recebida da VIVO (ver meu post  aqui no blog) e disse a ela que iria conversar com o  Sub Prefeito.

E assim dito, assim feito. Fui falar com o Ricardo, que não estava na prefeitura. Estava numa reunião, e de tarde teria outra reunião.... Mas eu preciso conversar com ele. Então eu tiro uma cópia de sua carta, entrego para o Ricardo assim que ele chegar. Pode me dar seu telefone que ele retorna. Sério?? Dei meu telefone.

E ele ligou. Implorei por um orelhão na roça. Aqui o povo anda muuuuito para poder telefonar. Não é todo mundo que tem celular, embora eu acredito que o motivo mesmo da turma não ter celular é que a região aqui não tem antena legal, então é muito difícil pegar celular. Então eles até tem o aparelho que funciona muito bem obrigada em toda parte, menos na casa onde se mora. E onde seria importante ter um telefone que funcione.

Você não acha??

Eu recebi uma promessa. Com tantos protestos, receber mais uma promessa é acreditar na mudança, não é??

Dei as porcas e parafusos.
Depois falei com o serralheiro.
Vai fazer uma grade de ferro em volta da varanda...afinal, não quero netinhas andando por aí, despencando morro abaixo, afogando na piscina...então, grade na varanda.

Hoje limpei a piscina.

Viu algo de roça??
Eu também não...

Muda Brasil (22-06-2013 17:47 sábado)

Bom, o blog original estava todo bichado, mas havia um link direcionando para www.itapevatimes.com.br - site que já não existe.

Mas, este daqui existe: https://www.imbra.org.br/

E o slogan deles é "Muda Brasil"


Buzinaço do Feriadão de Nossa Senhora Aparecida de 2013 (22/10/2013 15:59 terça-feira)

Podia ser capa de revista importante. Daquelas que tem duplo sentido, ás vezes três ou mais. É, porque teve buzinaço. Uma fila de ca...